Todo  mundo sabe de uma tese que foi levantada pela antropóloga Elisete  Zanlorenzi, defendida em 1998, na USP, sobre "O mito da preguiça  baiana". A mesma morou em Salvador e criou interesse na suposta preguiça  baiana quando observou que os moradores do Calabar eram tidos como  vagabundos, marginais e preguiçosos. A tese foi um sucesso e acredito  que virou até um livro. Realmente, não se pode generalizar e afirmar que  todo baiano é preguiçoso.
Mas  venhamos e convenhamos quem anda de ônibus em Salvador observa  claramente a "preguiça estampada" de uma parte do povo. Pelo menos neste  aspecto é possível comprovar alguns aspectos da preguiça baiana. Na  hora de descer do coletivo, a plebe fica sentada esperando até o último  segundo o transporte parar para levantar e descer. Mas acaba se  embolando com as pessoas que haviam se levantado antecipadamente para  descer organizadamente. Resultado: embolação total e demora de descer do  transporte coletivo. 
Na  hora se subir é outro dilema, é um desfile que não lembra nada desfile  de moda. As pessoas sobem no ônibus e quando chega na catraca começa um  tal de abrir bolsa, vasculhar bolsa, abrir carteira, vasculhar carteira,  procura cartão, encontra cartão e nisso a fila fica "gritantemente  longa" e os ônibus chegam a ficar mais de 5 minutos parado no ponto  esperando as realezas subirem. Não acaba por aí, depois que paga a  passagem ( com muita dor no coração ) o povo fica na catraca impedindo  os demais passageiros registrarem a passagem. Por quê? Porque ficam  abrindo a bolsa com a maior morosidade para guardar o troco, o cartão,  ou seja, lá o que for. Alguns  passageiros que observam esse fenômeno  tem vontade de dar um "empurrão" pra ver se a pessoa se desperta, eu por  exemplo sou contra quaisquer ação repressiva, sou a favor das ações  educativas. Por hora eu só digo: LICENÇAAAAA!!! bem no pé do  ouvido.Claro que, com a voz delicada de repente a pessoa ainda está  dormindo e precisa acordar, ai já é um incentivo para acordar pra vida e  para os acontecimentos em sua volta.
Outra questão,  que nem envolve preguiça, mas vale a pena ressaltar aqui é a dos  idosos. Alguns ficam tão afoitos para subir no ônibus que não esperam  nem os passageiros descerem. O resultado é uma confusão geral: gente  descendo e idoso subindo, idoso caindo, idoso empurrado, idoso embolado e  assim vai...Uma coisa é ter direitos, outra é ter educação. E a  educação do Brasil é péssima, a qualidade está muito aquém do que  realmente é adequado. Algumas pessoas nascem mal educadas e morrem mal  educadas ao quadrado. O governo gasta tanto com propaganda política, mas  não cria propagandas educativas do tipo: 
Idosos, esperem as pessoas descerem do ônibus para depois subir, isso é legal, é ético;
Passageiros,  quando passar na catraca não fiquem encostados impedindo a passagem de  quem está atrás ( salvo se o coletivo estiver cheio), isso é legal, é  ético;
Clientes,  ao saírem do banco não fiquem desfilando na passarela, olhem para todos  os lados e ande rápido, evite assaltos, seja esperto, isso é legal, é  ético.
Nas  ruas por exemplo, as pessoas andam como se fossem tartarugas. Aí o  ladrão vem, dá um tapa na cara e leva os pertences. Algumas saem do  banco e andam desfilando na passarela ( a preguiça de ir ao ponto de  ônibus). É nessa hora que viram vítimas das saidinhas bancárias e depois  ficam reclamando que a polícia é ineficiente, é isso é aquilo. Mas,  quando na realidade ela foi vítima de sua própria preguiça. Em falar na  polícia ( eu não podia deixar de falar), essas mesmas pessoas que são  assaltadas, ficam pensando e repensando se vai ou não acionar a Pm  depois de um furto ou assalto, depois de vencer a preguiça ( fora os  casos em que a pessoa está realmente chocada com o acontecimento) vão  até a Pm, mas devido ao tempo transcorrido os heróis não conseguem achar  o meliante. resultado: colocam a culpa na corporação seja militar ou  civil, quando a culpa é da lerdeza da pessoa em acionar o órgão.
Se  eu for relatar aqui todas as preguiças baianas, vou fazer meu leitor  chorar ou soluçar de rir. O fato é que os baianos de modo geral são  pessoas batalhadoras sim, mas existe um percentual de preguiçosos  espalhados por aí que não é brincadeira. Quem já ouviu falar na cauda  longa de Chris Anderson? poderíamos classificar o fenômeno descrito  neste artigo como : A cauda longa da preguiça da baiana! Ficaria  interessante, os preguiçosos  mencionados aqui ficariam na cauda,  enquanto os demais na cabeça do gráfico.
Abraços, meus leitores!

 
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