quarta-feira, 20 de abril de 2011

Opinião: A cauda longa da preguiça na Bahia.



Todo mundo sabe de uma tese que foi levantada pela antropóloga Elisete Zanlorenzi, defendida em 1998, na USP, sobre "O mito da preguiça baiana". A mesma morou em Salvador e criou interesse na suposta preguiça baiana quando observou que os moradores do Calabar eram tidos como vagabundos, marginais e preguiçosos. A tese foi um sucesso e acredito que virou até um livro. Realmente, não se pode generalizar e afirmar que todo baiano é preguiçoso.
Mas venhamos e convenhamos quem anda de ônibus em Salvador observa claramente a "preguiça estampada" de uma parte do povo. Pelo menos neste aspecto é possível comprovar alguns aspectos da preguiça baiana. Na hora de descer do coletivo, a plebe fica sentada esperando até o último segundo o transporte parar para levantar e descer. Mas acaba se embolando com as pessoas que haviam se levantado antecipadamente para descer organizadamente. Resultado: embolação total e demora de descer do transporte coletivo. 

Na hora se subir é outro dilema, é um desfile que não lembra nada desfile de moda. As pessoas sobem no ônibus e quando chega na catraca começa um tal de abrir bolsa, vasculhar bolsa, abrir carteira, vasculhar carteira, procura cartão, encontra cartão e nisso a fila fica "gritantemente longa" e os ônibus chegam a ficar mais de 5 minutos parado no ponto esperando as realezas subirem. Não acaba por aí, depois que paga a passagem ( com muita dor no coração ) o povo fica na catraca impedindo os demais passageiros registrarem a passagem. Por quê? Porque ficam abrindo a bolsa com a maior morosidade para guardar o troco, o cartão, ou seja, lá o que for. Alguns  passageiros que observam esse fenômeno tem vontade de dar um "empurrão" pra ver se a pessoa se desperta, eu por exemplo sou contra quaisquer ação repressiva, sou a favor das ações educativas. Por hora eu só digo: LICENÇAAAAA!!! bem no pé do ouvido.Claro que, com a voz delicada de repente a pessoa ainda está dormindo e precisa acordar, ai já é um incentivo para acordar pra vida e para os acontecimentos em sua volta.

Outra questão, que nem envolve preguiça, mas vale a pena ressaltar aqui é a dos idosos. Alguns ficam tão afoitos para subir no ônibus que não esperam nem os passageiros descerem. O resultado é uma confusão geral: gente descendo e idoso subindo, idoso caindo, idoso empurrado, idoso embolado e assim vai...Uma coisa é ter direitos, outra é ter educação. E a educação do Brasil é péssima, a qualidade está muito aquém do que realmente é adequado. Algumas pessoas nascem mal educadas e morrem mal educadas ao quadrado. O governo gasta tanto com propaganda política, mas não cria propagandas educativas do tipo:

Idosos, esperem as pessoas descerem do ônibus para depois subir, isso é legal, é ético;
Passageiros, quando passar na catraca não fiquem encostados impedindo a passagem de quem está atrás ( salvo se o coletivo estiver cheio), isso é legal, é ético;
Clientes, ao saírem do banco não fiquem desfilando na passarela, olhem para todos os lados e ande rápido, evite assaltos, seja esperto, isso é legal, é ético.

Nas ruas por exemplo, as pessoas andam como se fossem tartarugas. Aí o ladrão vem, dá um tapa na cara e leva os pertences. Algumas saem do banco e andam desfilando na passarela ( a preguiça de ir ao ponto de ônibus). É nessa hora que viram vítimas das saidinhas bancárias e depois ficam reclamando que a polícia é ineficiente, é isso é aquilo. Mas, quando na realidade ela foi vítima de sua própria preguiça. Em falar na polícia ( eu não podia deixar de falar), essas mesmas pessoas que são assaltadas, ficam pensando e repensando se vai ou não acionar a Pm depois de um furto ou assalto, depois de vencer a preguiça ( fora os casos em que a pessoa está realmente chocada com o acontecimento) vão até a Pm, mas devido ao tempo transcorrido os heróis não conseguem achar o meliante. resultado: colocam a culpa na corporação seja militar ou civil, quando a culpa é da lerdeza da pessoa em acionar o órgão.

Se eu for relatar aqui todas as preguiças baianas, vou fazer meu leitor chorar ou soluçar de rir. O fato é que os baianos de modo geral são pessoas batalhadoras sim, mas existe um percentual de preguiçosos espalhados por aí que não é brincadeira. Quem já ouviu falar na cauda longa de Chris Anderson? poderíamos classificar o fenômeno descrito neste artigo como : A cauda longa da preguiça da baiana! Ficaria interessante, os preguiçosos  mencionados aqui ficariam na cauda, enquanto os demais na cabeça do gráfico.

Abraços, meus leitores!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Visualizações de páginas da semana passada