quarta-feira, 20 de julho de 2011

Opinião: A “vida loka” e uma sociedade falida.

                                      Foto: google imagens

Foi-se o tempo em que a sociedade valorizava os costumes morais, a família, a ética, o bom comportamento, a religiosidade... Hoje em dia, tem valor quem tem má fama ou pelo menos uma suposta má fama. Se um policial morre, ninguém cria comunidade nas redes sociais para homenagear, da mesma forma acontecem com médicos, professores, estudantes...
Eu nunca vi, por exemplo, um gari da limpurb (aquele que varre às ruas) ser homenageado em sua morte, nem ao menos ouvi notícias do destino destes heróis que lutam para manter a cidade limpa e ajudar a sociedade a não contrair doenças oriundas das porcarias que são lançadas nas ruas.
Quer ver uma coisa? Quando a população fez homenagens a algum cobrador de ônibus que morreu em um assalto? ou pelo menos lotou o seu enterro para lamentar? Quando isso aconteceu?
A sociedade não está acostumada a lutar pelo bem comum, tão pouco pelo bem de pessoas que correm riscos de vida no ambiente de trabalho.
Realmente, a sociedade brasileira é hipócrita. Se um vagabundo, sim, vagabundo porque o termo meliante soa bem demais para estes bandos que espalham a corrupção na terra. Se um vagabundo morre, a sociedade lamenta: Oh, era um menino de “família” ( só se for da família do crime). Nas prisões, não há culpados. Todos são inocentes! Claro... “ ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória” art 5º CF 88. Com base neste artigo, a Kelly Ciclone é inocente, apesar de ter sido presa na "festa do pó", na Boca do Rio, no ano passado, quando disse ter apanhado da polícia. Assim, a imagem dela fica salvaguardada e a da PM fica manchada. 
Kelly Sales relacionou-se com bandidos, por isso era apelidada como patroa do tráfico, tem o no corpo várias tatuagens dentre elas e inscrição "vida loka". Apareceu nas redes sociais com armas de fogo e depois foi à televisão justificar-se. Depois de uma imagem desgastada e relacionada ao mundo do crime, Kelly resolveu usar a mídia para limpar seu histórico e tentar uma vaga como vereadora. E estava dando certo, com milhões de seguidores no twitter e nas redes sociais, poder-se-ia assim dizer que ela já estava com os pés na Câmara Municipal.
No Brasil as pessoas crescem assim, tendo uma “vida loka” em uma sociedade falida. Se ela era ou não a patroa do tráfico só a mesma em seu íntimo sabe, mas que a sua conduta era posta em xeque constantemente por causa de sua postura e envolvimento com pessoas erradas, é inegável.
Ao invés de homenagens e enaltecimentos a jovem, as pessoas deveriam cobrar do estado uma segurança pública digna, melhores salários e estruturas para a Policia Militar e a Civil. Buscar uma resposta para o crime, pois independente do que ela era a vida é um bem protegido pela lei de Deus e pela lei dos homens. Mas a euforia do oba-oba é mais forte do que a busca por uma sociedade moralizada.
É por essas razões que o nordeste é mal visto pelo resto do país. A impressão que se dá é que o povo nordestino só quer saber de festa, dinheiro fácil ( como o bolsa família) e enaltecer pessoas com uma vida louca. Uma imagem que não é verdadeira em sua integralidade, mas infelizmente é verossímil porque há alguns ignaros que fazem questão de sustentá-la.
A pergunta que fica é: Para ser amado e querido no Brasil, deve-se ter uma vida loka?

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