quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Artigo Jornalístico :A contradição da CENSURA na vida de Dilma Rousseff.




Boa tarde meu leitores,

Eu acabei de fazer um seminário sobre a censura e quando termino e busco informação nos principais meios de comunicação, me deparo com mais uma polêmica com dona Dilma Rousseff.A ditadura acabou há tanto tempo ( pelo menos a formal, pois a mascarada está à solta por aí).Quando fazem uma tentativa de suprimir a expressão das idéias, estão cometendo um crime contra sociedade que tem o direito à informação. Digo isso, porque o processo da candidata Dilma Rousseff  sobre a sua  prisão no período da Ditadura Militar, foi retirado dos arquivos e trancado em cofre, com o objetivo de torná-los inacessíveis ao público.

A justificativa para esta censura é evitar que material seja usado para fins políticos ( e não prejudicar a arrecadação de votos da candidata) afinal, a mesma já está mal perante os evangélicos e católicos com a questão do aborto e outros fatos polêmicos podem vir a atrapalhar ainda mais seus objetivos. Pois bem, o jornal Folha de São Paulo entrou com o Mandado de Segurança ( pois pediu vista do documento e recebeu em troca um ato denegatório) , já que é um direito líquido e certo o principio da publicidade e isso o STM ( Superior Tribunal Militar ) não pode impedir e nem é de sua competência supor o que se fará ou não com esses dados.
                                                      
O que causa estranheza é ver alguém que sofreu na pele os danos da censura na ditadura militar, se beneficiar com os mesmos meios para resguardar sua imagem no período eleitoral. Estranho também, porque o próprio Lula disse há pouco tempo atrás que não tinha medo de mostrar seu passado, nem o passado de sua candidata. E agora isso? Censura a céu aberto? Será que a população brasileira não tem direito de saber o passado de uma candidata que pode vir a ser a Presidente do Brasil?

Onde vamos parar? Eu realmente gostaria de saber se a nossa Constituição só serve de enfeite ou se serve mesmo para alguma coisa. Se ela tiver alguma utilidade, os Ministros do STF deverão  conceder ao Jornal Folha de São Paulo os dados do referido processo e fazer valer o principio constitucional onde "Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral".

A Ditadura Militar foi um período sangrento de nossa história e que lembramos como um fato histórico que não deve voltar mais, só que infelizmente inventaram agora a censura maquiada, aquela que é usada através de manipulação e intervenção de terceiros. E neste caso de Dilma, a censura está pública, pois quando o Jornal ia ter acesso aos dados, a AGU ( Advocacia Geral da União) interveio  e assim, suspendeu automaticamente o pedido de vista do Jornal.

Se a folha de São Paulo não conseguir através do MS os dados, se isso não acontecer, não vale a pena dar credibilidade a uma candidata que se fez valer da censura para esconder do povo seu passado e vetá-los de obter informações de relevância social. Só não compreendo por que existe uma preocupação dos dados serem usados para fins políticos? O que tem de mais neste documento histórico? Porque o povo não pode saber do que consta neste arquivo?São perguntas que não querem calar e só serão respondidas quando o documento se tornar público.

O povo não é burro, pode até ser omisso, mas burro não.Será que não é por essas e outras que ela foi hostilizada em Curitiba? Não que eu seja a favor de ações repressivas, mas fica evidente a insatisfação popular com a candidata e seu grupinho da contradição. Quando Lula disse que não tinha medo do passado dele nem tão pouco de sua candidata, mostrou tanta segurança... Quem não deve não teme e transparência na Administração Pública é algo que ninguém deve abrir mão.

Se como candidata ela já não mostra clareza nem transparência, quem dirás como Presidente deste país. Já elegemos um palhaço, agora vamos eleger uma ditadora.

2 comentários:

  1. Querida Isis, muito embora a bela dissertação sobre o tema, não concordo com ele. Tenho pra mim que os processos de presos políticos na época da ditadura militar não são de interesse coletivo, mas sim particular. Também não acho correto um jornal que é abertamente adepta ao candidato tucano, valer-se de coisas ocorridas naquela época para denegrir a imagem do oponente. No entanto, sou obrigado a concordar que vivemos numa censura às escuras, pois, nem tudo que se sabe é dito, mas, infelizmente isso sempre ocorrerá. Na política, coisas sinistras acontecem o tempo todo, ninguém é santo. Tanto os tucanos como também os petistas têm sua banda podre. Se de um lado, mensalão foi um dos grandes escândalos do PT, o episódio do dinheiro na cueca, em Brasília, foi do PSDB. Guardada as devidas proporções, escândalos são escândalos, concorda amiga? No mais é isso mesmo, vamos botar a boca no trombone, quem sabe algum dia seremos ouvidos. Parabéns pelo ótimo texto, aliás, seus artigos são sempre ótimos. Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Isis, apenas para complementar o comentário anterior, se fosse para abrir os arquivos da ditadura para as famílias dos milhares de mortos e desaparecidos soubessem do destino que foi dado aos seus entes, certamente sou a favor, inclusive, já assinei o abaixo assinado lançado pela OAB/RJ, cujo link vou deixar aqui para você e seus leitores também possam aderir ao movimento. http://www.oab-rj.org.br/forms/abaixoassinado.jsp

    ResponderExcluir

Visualizações de páginas da semana passada