quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Liberdade de Imprensa X Política

A liberdade de imprensa tem enfrentado diversas ameaças ao longo da história, mas, até o momento, vem conseguindo sobreviver a todas elas. Mas o que é liberdade? É difícil defini-la com exatidão. No entanto, qualquer que seja o regime político sob o qual se viva, cada cidadão sabe dizer quando ela não existe.
A liberdade de imprensa concentrou (e ainda concentra) sua atenção sobre questões tão importantes como o problema da autoridade, legitimidade, violência, mentira, verdade e revolução. No mundo público, o diálogo e persuasão permitem o surgimento da política como uma das grandes dimensões da dignidade humana.
O campo de ação da política é o do pensamento plural ( por todos e para todos) e seu terreno não é o da evidência, mas o acordo e o consentimento, os quais necessariamente pressupõem a participação, o conflito, a barganha, a negociação e, por tudo isso a liberdade. Conseqüentemente, o pensamento político é essencialmente representativo, de tal forma que um consentimento sem liberdade é um consentimento viciado.
A capacidade de mentir confirma a liberdade humana. A fronteira entre a liberdade e sua perversão era nítida nos sistemas políticos tradicionais, pois os detentores do poder sabiam distinguir o fato de suas versões. Atualmente, tais distinções são mais difíceis de serem traçadas diante das novas técnicas de comunicação em massa e manipulação da opinião pública. E o grande risco de situações como essa, em que a verdade e a mentira não se diferenciam, é a perversão total, capazes de provar que não existe limites a deformação humana. É por isso que as sociedades modernas acabaram criando alguns importantes mecanismos de defesa fora de seu sistema político, mas indispensáveis para sua sobrevivência, como a imprensa livre, a universidade autônoma e o judiciário independente.
Política e jornalismo somente se articulam quando existe um mundo público e por extensão, campo para exercício da liberdade. É sempre estimulante buscar o sentido do espírito de liberdade, que se expressa na independência, combatividade e no pode de crítica. Nos regimes livres (aqueles que põem em liberdade as faculdades críticas dos homens, estimulando-os a intervir nos acontecimentos e influir decisivamente no seu destino) garantem o equilíbrio democrático.
A imprensa é um dos principais mecanismos de articulação política, fundamental ao processo de conversão do pluralismo ideológico em decisões coletivas legítimas. E nesse contexto é importante que a sociedade saiba restabelecer a conexão entre os acontecimentos, separar os fatos das controvérsias e avaliar detalhes aparentemente menores.
O jornalista deve ser não somente uma ponte entre o leitor e o mundo, mas sua memória e uma espécie de consciência. Desempenhado este papel, o jornalista se transforma num quase politicólogo ou num quase cientista. Mas ele não o é, nem se julga como tal.
O Jornalista dificilmente se desprende da realidade em que vive e atua, por isso não deixa de ser participante, uma vez que a ideologia e o essencial: a busca pela LIBERDADE está sempre presente em tudo aquilo que envolve sua carreira.

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